Ou acabamos com os nós do nosso trânsito, ou eles farão Porto Alegre parar. Estão faltando criatividade e ousadia para que os responsáveis pelo desenvolvimento e futuro da cidade tratem de arrumar recursos que garantam obras viárias inadiáveis à circulação. Não podemos voltar aos anos 70 quando o então prefeito Telmo Thompson Flores quase foi linchado por “atrever-se” a construir um túnel e alguns viadutos, todos eles, diga-se de passagem, previstos no Plano Diretor de 1959, e dar início à abertura das avenidas perimetrais.
Contam-se nos dedos de uma mão as iniciativas tomadas pela municipalidade nas duas últimas décadas para dar à cidade um sistema viário capaz de fazer frente ao progressivo aumento no número de veículos que são despejados a cada ano em suas já saturadas ruas e avenidas. Exceção feita à Avenida Beira-Rio e à Terceira Perimetral, o que surgiu de novo em termos viários foram as chamadas contrapartidas da iniciativa privada em função de grandes empreendimentos, como o Shopping Iguatemi, o residencial Jardim Europa, o Bourbon Country e o Barra Shopping Sul. Daí é que surgiram o prolongamento da Nilo Peçanha, a Rua Túlio de Rose, e as duplicações das avenidas João Wallig e Diário de Notícias, entre outros exemplos.
A esperança é que nossos urbanistas voltem a pensar em profundidade o futuro da cidade. Com medidas que incluam os sistemas viário e de transporte coletivo. Ou a cidade vai parar.