O sistema de sinaleiras para pedestres com botoneira em Porto Alegre é uma piada, embora a EPTC insista na tecla de que ele segue padrões internacionais. Para começar, os pedestres têm de esperar um longo tempo até que o sinal seja favorável a eles para garantir uma travessia razoavelmente segura (sempre há os condutores que “aproveitam” o amarelo/vermelho). Depois, há falta de critério quanto ao tempo estipulado para que uma pessoa atravesse em segurança.
Não monitorei todas as travessias do sistema, mas algumas que já utilizei atestam tudo que disse até agora. Na frente do jornal Zero Hora, por exemplo, há uma sinaleira para pedestres que dá exatos 8 segundos para que uma pessoa atravesse a Avenida Ipiranga. Alguém com deficiência ou uma pessoa idosa com dificuldades de locomoção precisará da paciência e boa vontade dos motoristas para conseguir cruzar o espaço em tão reduzido tempo.
Mais adiante, na esquina da João Pessoa com a Ipiranga, na calçada que leva ao Centro Comercial João Pessoa, são também 8 segundos para que os pedestres de todas as idades e condições físicas atravessem a avenida sem o risco de serem atropelados.
Na Osvaldo Aranha, temos outros dois exemplos. Na Felipe Camarão, há uma sinaleira com botoneira que dá aos pedestres 13 segundos para atravessar. E é um local de intenso movimento e inserido no bairro Bom Fim em que se concentra uma grande população de idosos. Já na outra quadra, na Fernandes Vieira, os pedestres são favorecidos pela sinaleira que controla o cruzamento e que dá a eles os mesmos 30 segundos que têm de esperar os carros que descem a rua em direção à avenida.
Os técnicos do nosso trânsito precisam rever seus cálculos para garantir a segurança dos pedestres. E não venham com padrões internacionais. Em países europeus, há alarmes sonoros e tempo de travessia suficiente para que as pessoas de todas as idades e condições físicas atravessem sem segurança. Ademais, lá os condutores de veículos respeitam as faixas de segurança e a sinalização. Dá para atravessar sem riscos mesmo onde não exista botoneira e muito menos sinaleira.