“Fui fazer um exame de sangue lá na Gen. Vitorino e ia subindo a lombinha da rua em direção à Annes Dias. Tô atravessando na esquina com a Dr. Flores, super sem fôlego, porque ando assim desde a cirurgia, e cruzava a FAIXA DE PEDESTRES quando um carro da GUARDA MUNICIPAL não só não parou, como quase me atropelou e o servidor ainda gritou:
– Anda, vaca!”
Esta postagem da querida amiga Maria Lucia Streck no Facebook lembrou-me que havia algum tempo me interrogava sobre onde anda e o que está fazendo a nossa Guarda Municipal. Até porque gosto muito de frequentar nossas praças e parques para fazer minhas caminhadas e com certeza tenho muito azar, pois ao contrário da Maria Lucia, que encontrou um despreparado pela frente, nunca vi nenhum de nossos guardas municipais nas cercanias sequer. Embora a Secretaria Municipal de Segurança (SMSeg) assegure que há rondas diárias em todos os parques e praças da cidade e o auxílio de câmeras de videomonitoramento.
Volto ao tema porque recentemente aproveitei um domingo de sol e fui curtir o Parque Marinha do Brasil. Fiquei por lá por mais de duas horas, caminhando, e não vi um único guarda municipal – a pé, de carro ou de moto. Faça-se justiça: não havia nenhum brigadiano por perto também.
O efetivo atual da GM, diz a SMSeg, é de 545 agentes, responsáveis pela segurança preventiva de 537 locais, “como praças, parques, escolas e demais prédios públicos”. Todos podem andar armados (lei de 2007) e contam com 48 viaturas, 1 micro-ônibus e 27 motos. Desde 21 de julho, a GM utiliza as motos para patrulhamento noturno no Centro Histórico e estenderá este atendimento ao Parque Farroupilha, buscando prevenir as depredações dos monumentos que estão sendo reformados.
O simples exame dos números mostra que temos poucos guardas municipais para garantir a efetiva segurança preventiva dos locais que estão sob sua responsabilidade. E alguns nem poderiam estar trabalhando, como mostra o relato da Maria Lucia. Talvez por isto mesmo melhor seria definir patrulhas permanentes em locais de maior visibilidade (como os parques Marinha do Brasil, Parcão e Maurício Sirotsky, por exemplo) e cobrir com as rondas os demais.
Sem a presença ostensiva da Guarda Municipal e dos brigadianos, o patrimônio público e os cidadãos continuarão inseguros, à mercê da criminalidade.